Subscribe

RSS Feed (xml)

Powered By

Skin Design:
Free Blogger Skins

Powered by Blogger

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Considerações Iniciais

Considerações do autor



Antes de transbordar o leitor com uma estória longa 'num ambiente completamente hostil, sinto-me na obrigação, não só em prol de um povo que foi sumariamente ignorado e desprezado nos livros e contos que concernem à antiguidade, mas também em prol do próprio entendimento do leitor.

“Quem foram os hititas?” e “O quê é Hatti?”, são duas perguntas que o leitor provavelmente vá se fazer, e antes que se confunda com Haiti – que nada tem a ver com Hatti -, ou que se acredite que criei um mundo paralelo aos moldes de Tolkien(Que afinal não seria uma cogitação absurda, visto que o grande Tolkien influencia gerações e gerações), eu vou esclarecer os tópicos:

Os hititas(Citados como heteus na bíblia e khetas nos livros de Homero) formaram um povo de extremo poder e apogeu cultural entre 2000 e 1200 a.c(Quando foram suprimidos pelas próprias guerras internas e invasões de povos longínquos, não só os hititas, mas os genuínos gregos de Homero, os cretenses e grande parte do império egípcio também foram 'extintos' no que é conhecido como O Colapso da Era de Bronze). Donos de um império espremido entre os impérios grego, hurrita, assírio e egípcio, os hititas foram protagonistas de grandes momentos, como A Batalha de Kadesh, onde politicamente derrotaram os egípcios e tomaram posses egípcias para si, obrigando o rei Ramses II a recuar e mentir para seu próprio povo – e mais tarde ainda no que se acredita ser o primeiro tratado de paz mundial, egípcios e hititas retomaram os laços de amizade -, vale citar também as contínuas batalhas contra os gregos, citados em vários documentos preservados, grandes batalhas contra os hurritas(Que causaram a extinção desse povo) e, por fim, e para o autor a mais importante, a invasão da Babilônia, onde o rei Mursili desceu o vale da Mesopotâmia, invadiu, saqueou e destruiu parte da cidade mais importante do mundo na feita, causando o declínio dos sumérios e da dinastia do famoso Hamurábi.

Donos, suseranos, em grande parte das famosas cidades de Mileto(Que chamavam de Millawanda), Troia(Que nomearam como Willusa), tinham na sua capítal, Hattusa, a cidade mais importante da Ásia Menor. Múltiplas culturas uniram-se sob uma elite e fundaram o grandioso império hitita, que dentre outros feitos, tinham conhecimento do ferro, além do bronze, mais do que qualquer outro império contemporâneo e, por muitos, foram considerados o maior poderio de seu tempo.

Mas por que são tão desprezados? Essa pergunta, porém não tem uma resposta fidedigna, quiçá nunca tenha, mas é possível que pelo desconhecimento de grande parte de sua história cheia de lacunas, só há 'pouco tempo' foram descobertas as ruínas de Hattusa, ruínas essas que fascinam seus conhecedores com seus grandes templos, suas robustas muralhas destruídas em um relevo quase inóspito.


É por isso, leitor, e pela pesquisa que eu, autor dessa singela obra, tenho feito por amor ao longo dos onze anos desde que conheci os hititas em um grande jogo de estratégia(Onde me fazia a insistente pergunta: Por que uma civilização que sequer ouvi falar é uma das mais equilibradas e fortes desse jogo tão renomado?), que pretendo apresentar-lhes por meio desse romance, entre guerras e amor, um pouco dessa tão magnífica história.



Quero que saibam que por vários – sim, vários – motivos essa foi uma obra escrita às pressas, dentre esses vários, o motivo que de fato posso citar é a minha inconstância, ora quero muito fazer algo, ora essa entusiasmo acaba e se tornando uma mera lembrança jogada em algum canto, então, antes que esse ímpeto terminasse, fiz tudo o mais rápido que pude, de chofre, antes que a vontade acabasse e fosse marginalizada. E isso não foi tão fácil quanto pode parecer, além de escrever tive de corrigir e revisar tudo, o que, em suma, causou-me uma dor de cabeça crônica – algumas partes, inclusive, mostraram-se impossíveis de serem corrigidas, por isso me perdoem erros oriundos da pressa, por ora. Peço perdão aos que comprarem as primeiras e pouco corrigidas edições, semântica e sintaxe travaram uma batalha dolorida aqui.

A estória em si que descrevo ao longo desse romance, tem SIM, muitas veracidades oriundas de estudos e pesquisas acerca da civilização. O período, os reis, muito dos nomes que cito nessa obra existiram e parte dela é de grande veracidade.

Aos historiadores, e também aos leitores mais abastados de um conhecimento histórico, que torcerem o nariz com frases como “mas a história de fato aconteceu, mas não assim”, ou “essa pessoa nunca existiu” quero avisar que minhas intenções desde o começo foram as de seguir os grandes exemplos dados por infinitos escritores ao longo da história humana, desde as obras homéricas até as mais recentes, que é misturar em um degradê a realidade e a ficção, em tal ponto que não se consiga distinguir o que é realidade e o que é ficção, e assim romancear fatos reais acontecidos no dito império com personagens fictícios e outros reais, com momentos e enredos fictícios e outros reais, coisas com as quais um escritor, por estar sob a égide da licença poética, não precisa se preocupar em detalhar, mas mesmo o faço, para não gerar mal entendidos.

Também tive a necessidade de 'europeizar' muitas nuances da cultura hitita, e recriar rituais, momentos e lugares de forma que o leitor não se sentisse sufocado por um mundo completamente diferente do qual ele está acostumado a mergulhar quando lê ou vê obras referentes à antiguidade e até mesmo da idade média.

Uma última consideração, a mais parcial, e talvez a menos importante para os que lerem essa obra sob o simples cunho da diversão é: os nomes hititas e suas pronuncias são interpretados de forma diferente em cada documento, portanto usei aqui, e até adaptei-os, da forma que achei mais conveniente. Também é valido citar que para muito dos personagens fictícios dei nomes mais 'europeizados' para não agredir o leitor com os vertiginosos nomes hititas(Shuppiluluima, Arnuwanda, Telepinu, são alguns exemplos desses nomes – se me permitem a ironia – 'impronunciáveis).

Por fim quero deixar claro que sou um profundo admirador dos hititas, e sinceramente, que me perdoem muitos dos autores que amo pelo que direi, mas vejo nos hititas uma cultura em geral muito mais interessante, heroica, rica e impactante do que em outras culturas tão superestimadas como gregos e egípcios – culturas essas que eu também amo, mas foi na hitita que encontrei o que de fato procurava.

- Cassio L. Maia

Nenhum comentário:

Postar um comentário